segunda-feira, 4 de junho de 2012

2ª Reunião de Responsáveis EI 31

Por Érica de Campos, P.E.I. - EI 31

Responsáveis assistindo o vídeo com registros das atividades feitas na
escola marcando o início da reunião - 01/06/2012.


    Embora tenha repetido a estratégia de usar um vídeo com registros das atividades feitas dos últimos dois meses (que sempre dá muito retorno), desta vez decidimos (eu e minhas auxiliares Fátima e Telma) mudar o horário - que na última reunião havia acontecido às 11h e 30min, para às 15h e 30min, que acabou em aprovação (tanto da equipe, quanto dos responsáveis), uma vez que aumentou consideravelmente o número de responsáveis presentes.



   De início o vídeo, como mencionado anteriormente, até que as pessoas fossem chegando aos poucos, e após o início dos diálogos - críticas, sugestões e dúvidas, onde as questões foram divididas em 5 (conforme apresentado na imagem acima), a participação foi muito maior do que na primeira reunião e os responsáveis presentes demonstraram bastante interesse nas questões abordadas, trazendo inclusive, falas e comportamentos das crianças em casa que faziam uma ponte com o que estava sendo trabalhado em sala.

    Além dos assuntos de praxe e da pauta em si, acrescentamos à reunião as informações sobre o nosso 1° Arraiá, que acontecerá no dia 7 de julho, pedindo aos responsáveis que participem desse acontecimento, contribuindo com a divulgação do evento, com a venda das cartelas de votos para a eleição do Rei e Rainha do Milho, das rifas, das doações para o brexó e para a pescaria, sorteios e principalmente com a conscientização das crianças e da comunidade sobre o tema principal dessa festa: SUSTENTABILIDADE. Acontece que a base da nossa festa será a reciclagem - todos os enfeites serão feitos com garrafa pet, caixas de papelão, jornal, revistas, entre outros e para isso precisaremos de arrecadação desses materiais, onde entrará as turmas com a gincana: as crianças de cada turma trarão garrafas pet e latinhas de alumínio que serão pesadas até a divulgação do resultado no dia da festa. Toda a arrecadação feita no nosso Arraiá será usada na festa que prepararemos para o Dia das Crianças. Todos os presentes pareceram aprovar e gostar da ideia do nosso arraiá e se comprometeram em nos ajudar, inclusive autorizando as crianças a dançarem na nossa quadrilha.

Diferente da primeira reunião, esta estava com um número maior de presentes,
além de uma participação mais segura  em ambas as partes.

   Todos os assuntos esgotados, chegou o momento da mensagem a ser deixada para reflexão. Porém dessa vez resolvemos inovar: Ao invés de uma leitura formal de alguma parábola, a minha auxiliar Fátima Alves, que é maravilhosa contadora de histórias (e tem um super repertório), nos contou uma de sua autoria para que pudéssemos refletir sobre a questão da mentira e as suas consequências na vida de uma criança. A resposta dos presentes foi incrível, após aplausos, surgiram diversos comentários - contidos e não contidos - e reflexões logo após. Alguns responsáveis não quiseram se pronunciar na frente dos presentes, mas ainda assim me procuraram depois para fazer seu comentário sobre... Ou seja, nosso objetivo foi alcançado e com sucesso nessa 2ª reunião: Ficamos muito felizes e com a cabeça cheia de ideias para as próximas reuniões! Aguardem!

Fátima Alves (A.A.C.) em sua performance especial para nos contar sua história "Pra não morrer de fome".



♦Mensagem aos Responsáveis

Pra não morrer de fome... 
(Fátima Alves)

Esta historia se passa nos anos 70, nordeste do país, uma família de classe baixa e com inúmeros filhos... a caçula chama-se Maria... 

Maria e seus muitos irmãos viviam com certa modéstia, o pai trabalhava, a mãe cuidava da prole, todos estudavam em um colégio tradicional, de freiras, em condições de bolsistas, em meio a muitas crianças abastadas de famílias ricas. 

A escola ficava na mesma rua em que morava, mas iam de ônibus, da própria escola, que passava pontualmente em sua porta. 

Em casa, a mãe ensinava, com zelo, como fazer economia e dizia: 

- Desperdiçar comida é pecado, Deus castiga! Coma tudo pra não sobrar, por que criança que não come tudo nas horas certas, morre de fome! Comam, comam! 

Maria, como disse a caçula, tinha por sua mãe uma adoração suprema e obedecia todos os seus ensinamentos. 

Certo dia, ao irem para a escola, na correria comum de todo dia, Maria esquece sua merenda bem em cima da mesa da cozinha. Todos levavam suas lancheiras com sua própria merenda, pois o colégio não dava alimentação, quem não levasse de casa teria que comprar na cantina. 

A menina nem se deu conta, tamanha era a pressa por não perder o ônibus escolar... 

O tempo na aula era lento de se passar, tinha aula de canto, de artes, de matemática e até de religião, foi exatamente nesta aula em que Maria lembrou da lancheira que esquecera. “E agora?”, pensou ela, “Como vou fazer na hora da merenda, sem minha lancheira vou morrer de fome! E agora?!” 

Maria entristeceu... 

Ficou, o que para ela pareceu uma eternidade, pensando como solucionar este problema, afinal, não queria morrer de fome e entristecer sua mãe com tamanha desobediência, nem irritar seu cansado pai com tamanha irresponsabilidade. Coisa difícil de assimilar em uma cabeça tão jovem. 

Depois de muito pensar e, de quase chorar, Maria virou-se para sua companheira e amiga de turma, Carolina, e disse: 

- Carol, você precisa me ajudar, não posso morrer de fome aqui! Vamos fazer o seguinte: Digo que preciso ir ao banheiro e você vai comigo, enquanto você vigia a porta pra ninguém entrar, eu pulo pela janela e corro até o portão da escola, saio sem ser vista e vou até em casa buscar minha lancheira. Vai dar tudo certo, eu morro aqui pertinho, vou e volto rapidinho, como e não morro hoje! 

Porém, o que parecia ser pertinho para Maria era, na verdade, uma extensa rua, comprida mesmo, que se tornava curta pela velocidade em que o ônibus escolar a percorria. Mas, Maria e Carolina, decididas a por fim na aflição de crer que ela morreria de fome caso não merendasse, puseram o plano em ação. 

Tendo conseguido sair da escola, Maria danou-se a correr. Correu, correu, correu que já não aguentava mais, suas perninhas finas e pequenas estavam dormentes, o nervoso era tão grande que a pobre menina nem olhou para trás, nem tampouco percebeu que havia passado de sua casa de tanto que correra... Ainda teve que voltar uns 200 metros. 

Mas quando se viu diante do portão de sua casa o susto gelou seu corpo todo. 

Era que sua mãe estava na varanda conversando com o motorista do ônibus escolar, olhou pra trás e então, percebeu que bem na frente da casa estava parado o bendito ônibus da escola. A menina sentiu uma vertigem subir-lhe a cabeça! A mãe gritou: 

- Maria, sua moleca, onde você estava? Tá ficando doida? Como você foge da escola assim? Quer me matar de susto? 

Ops! Pensou Maria: “Não meu Deus, já bastava eu morrer de fome, agora vou matar minha Mãe também? Papa 

Por fim, a Mãe, Maria, o motorista e o ônibus, voltaram para a escola, mas a lancheira ficou lá mesmo, sob a mesa da cozinha. Maria chorou por todo o caminho, quando lá chegou, ainda chorava, mas conseguiu ver sua amiga Carol de costas, ajoelhada sobre o milho e rezando um terço enorme... Este, também foi seu castigo! 

Ambas ficaram ali, chorando, rezando e sofrendo com o esmagar dos milhos embaixo de seus pequenos e frágeis joelhos, até o fim do dia, quando acabaram-se as aulas e todos se dirigiram ao ônibus para voltar a suas casa. 

A noite, o pai chegou, soube do fato ocorrido e tascou-lhe uma surra de cinto, a segunda do dia, pois sua mãe já havia lhe dado umas chineladas ao chegar em casa. 

Maria, triste, chorosa, dolorida e decepcionada tentava dormir, mas que nada, ela não conseguia entender o porquê havia sido castigada daquela maneira, afinal, só queria obedecer os ensinamentos de sua mãe, evitar tantas mortes... 

Em sua batalha pela compreensão e aceitação do castigo, lembrou-se de uma coisa importantíssima: Não havia comido nada o dia inteiro! 

Mas pensou Maria: “Se eu nada comi, nem na escola, nem em casa (pois, parte do castigo foi ficar sem jantar) como eu ainda não morri?” 

Assim, paro aqui esta historia, sem finalizar mesmo, para que você que leu ou que ouviu os fatos, conclua como melhor lhe parecer ou ainda, como entender o que aconteceu a Maria depois deste dia... 

Boa noite, Maria!




►OBS.: A performance da Fátima contando a história foi filmada. Assim que eu conseguir postar o vídeo no YouTube (pois estou com dificuldades, está enorme!) coloco o link aqui!


Nenhum comentário:

Postar um comentário